segunda-feira, 29 de junho de 2020

Sobre romantismo e eu nem vou fazer piada sobre não postar nada aqui em uma eternidade porque eu sei que ninguém está ansiosamente aguardando minhas postagens

Agora que as formalidades foram devidamente superadas, vamos direto ao ponto:

Porque o editor de texto do blogspot escreve em fonte com serif? Que horrível
Ainda bem que você, leitor, doravante denominado apenas como, e nada além de, você, lerá em bom e velho Arial normal.


 Pensando agora, deve ser a 4ª ou 5ª vez que posto sobre o assunto, e até queria fazer uma homenagem às postagens anteriores, mas fiquei com preguiça e meus textos antigos são totalmente defasados da realidade, de qualquer forma, então fica como exercício ao leitor. (única exceção à regra para fazer referência àqueles livros de física)

Vamo que vamo que o bagulho é bão:

Tenho uma opinião (certamente impopular)  sobre romantismo:
Pega, joga fora e taca fogo antes que tenha chance de infestar sua casa (referenciando metaforicamente o seu ego)


Antes de me justificar: Relacionamentos humanos são conceitos abstratos, e existem puramente no coletivo interpessoal que chamamos de bom senso. Há conceitos diretos, por exemplo o de pais e filhos que é biologicamente palpável, mas o resto é um delírio coletivo da humanidade...
O que não quer dizer que não existe, mas apenas que não há verdades absolutas.

Romantismo: Origin

*pôster em cores azul e laranja em contraste*

O conceito de romance em si, e até o de amor, é uma ideia que nasceu da mente humana e foi passada ao longo do tempo, se difundindo como um fenômeno social de forma global.
Eu com certeza poderia investigar as diferenças entre a cultura atual e outra historicamente distante, traçar paralelos, aprender mais sobre o assunto e ilustrar melhor minha opinião, mas quem tem tempo pra isso, né?


Meu ponto é que, independente do que esses conceitos foram no passado, o que eles são hoje são moldados pela história que formou nossa cultura atual e quasi-global.
Falo, em grande parte, dos movimentos artísticos que estão presentes hoje, mesmo que a educação que recebemos ao crescer ainda possa ser um fator significativo (incluindo a opinião de influenciadores da era digital).

Músicas, peças, livros, contos, filmes e até mesmo a pequena janela que temos para observar a vida de outras pessoas, em redes sociais ou não, todas contribuem para difundir a ideia mais aceita de amor e romance.

Até aqui, imagino que você não tenha achado nada de impopular ou errado, mas é aqui que consolido meu papel antagonista ao bom senso: os conceitos socialmente aceitos de amor e romance são, fundamentalmente, não práticos e baseados em histórias fictícias sobre-dramáticas.
Gostaria de por, em contraste, um conceito de amor recente na história do Brasil: o de você ser herdeiro de uma fazenda e se unir com outra pessoa herdeira de uma fazenda vizinha, de forma que possam unir as terras e prosperarem no futuro.

Um conceito instiga nossa imaginação e nos inspira
O outro é prático e mantém as pessoas vivas


Nós aprendemos a amar com Romeu e Julieta, ou com Teresinha (do Chico Buarque), ou com Kirito e Asuna (de SAO), ou sei lá, cita mais exemplos aí você

Todas são histórias (ou estórias, se for para pedantear) que cabem em minutos, horas ou, no máximo, dias.
Nenhuma história reflete a vida inteira de uma pessoa: suas ambições, interesses, habilidades, hobbies, metas, amigos, familiares...

Na limitação inerente ao conto de uma história, detalhes importantíssimos sobre as personagens são omitidos, e os contadores focam nos atributos mais relevantes às histórias.
Assim, nascem relacionamentos como o da saga Crepúsculo, onde há um casal protagonista onde um é obcecado pelo outro. Não há espaço para poréns ou detalhes práticos do dia a dia, apenas uma verdade absoluta que um "é feito" para o outro, e o resto da trama se desenvolve como obstáculo à essa verdade.


De forma geral, o ideal romântico é apresentado como verdade em histórias que não são verossímeis. Não há espaço para as personagens que precisam dedicar a maior parte do seu tempo no trabalho, ou que precisam levar o lixo para fora mas, mais importante do que isso, não há espaço para o dia a dia e vida de um casal.
É comum encontrar nas redes sociais desenhos de casais felizes que são, obviamente, limitados pelos momentos que ilustram. Um abraço embaixo de uma árvore, uma noite de sono abraçados, etc.
Estes momentos pintam a vida dos personagens como se fossem a totalidade do relacionamento, quando na verdade são coisas rotineiras que só duram instantes (ninguém fala "vamo lá no parque pra se abraçar embaixo da árvore?")... Se bem que, escrevendo isso agora, parece bem razoável alguém sugerir isso para tirar uma foto e perpetuar a cultura do "amor e romance" como um fenômeno social.


Enfim, relacionamentos são muito mais do que cabe em uma história, e o tempo em um relacionamento consiste, em sua maioria, na vida prática: Comprar comida, pagar as contas, arranjar coisas para fazer, limpar o banheiro, etc.
Isso você só consegue fazer com alguém que confia em você, se comunica claramente e está disposto a fazer suas vidas juntos o mais práticas e felizes possível.

Para mim, essas são as qualidades que realmente importam num relacionamento, seja amoroso, amistoso ou antagonista (vo te quebrar na porrada com carinho)
Quanto ao resto: grandes gestos de amor (que qualquer um com dinheiro pode fazer), obsessão onde só tem que existir você na cabeça da outra pessoa (e vice-versa), ciúmes como se um fosse posse do outro ou um estilo de vida onde parece que as duas pessoas vivem pra ficar abraçadas num canto... Pega, joga fora e taca fogo antes que se prolifere.

Dos casais que eu conheci na minha vida, o comum é as pessoas fazerem esforços descomunais para se adequarem "à regra", com o relacionamento existindo mais na vida pública como um status social do que na vida privada como felicidade.
Independente de apenas uma pessoa ou ambas estarem na ilusão do relacionamento romântico, o fim é que a vida prática é implacável, só depende o quanto os casais estão disposto a resistir para manter a fantasia viva.


 Palavras para encerrar o assunto

Enquanto somos adolescentes temos, de uma forma geral na vida, um bom tempo em um ambiente seguro para alimentarmos fantasias. Nessa fase podemos formar nossas opiniões e fazer coisas idiotas sem perder tudo, e nisso consumimos (eu incluso) muita porcaria que não faz sentido com a vida real.
Acho desnecessário apontar qual faixa etária é a consumidora principal de histórias românticas irreais difundidas na cultura pop, mas pelo contexto já forcei minha resposta sem precisar explicitá-la (comunicação de forma implícita é um veneno, aliás).


Eu gostaria de, na medida do possível, melhorar a vida das pessoas ao meu redor, e acredito que meu ponto de vista sobre relacionamento seja mais saudável que o ditado pelo status quo. Acho que as pessoas têm muito mais a ganhar abandonando a perspectiva romântica adolescente e adotando um ponto de vista mais prático e saudável em seus relacionamentos.
 
E, bom, assim como as histórinhas românticas, este post também é limitado em relação à quantidade de ideias e pensamentos que eu consigo colocar aqui. Acredito ter escrito o suficiente para ilustrar meu ponto de vista, mas cabe a você decidir se é suficiente ou não.
Você concorda? Discorda? Deixe seu comentário, dá um joinha e se inscreve no canal!


Se você estiver no meu círculo social, me chama pra trocar uma ideia, sei lá.

Esclarecendo um ponto que passou em branco: Toquei apenas em relacionamentos monogâmicos nos meus exemplos, até porque não sei como funcionam relacionamentos poligâmicos na prática (cada relacionamento deve ter uma dinâmica diferente, sei lá), e acho que o poliamor livre não traz a mesma dinâmica de dependência interpessoal da família tradicional brasileira.


PS: Se você estiver lendo isso em 2024, me manda um zap com os 16 números do seu cartão de crédito + os 3 números atrás

domingo, 26 de novembro de 2017

Sobre eu nem saber mais o que eu to fazendo aqui, alguém manda ajuda??

Depois de dois anos procrastinando pra arrumar o último post, eu fiz aquele negócio!!!!

Aquele negócio chamado clicar em "Nova Postagem"!!
Então aí vamos nós:

Bom dia facesssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
Como vocês estiveram nesses últimos anos?
É quase como uma conquista pra mim (será quando eu terminar de postar) ler os posts separados por ano ali do lado direito  e não ver 16 em nenhum lugar...
O que é engraçado, porque 16 anos foi quando minha vida começou a mudar radicalmente...  O que não é nem um pouco engraçado além do fato de ser totalmente normal a vida de todo mundo começar a mudar radicalmente por volta dos 16 anos de idade.

Mas... Esperem! Olhem só que interessante!!!
Dois anos sem postar e eu ainda ser fazer um gancho pra puxar o assunto do post!
O que é "normal na vida de todo mundo"?
Bom, muitas coisas são normais, assim como é fácil perder a noção de que nós temos muitas coisas em comum com todas essas pessoas, como tristezas, dificuldades para viver, problemas de autoconfiança, etc.
É tão fácil perder essa noção sobre as pessoas quanto é fácil para as pessoas esconderem essas partes de suas personas das redes sociais.
... Por que?
Bom, eu diria que é porque aprendemos a depender tanto da internet para guiar o aspecto social das nossas vidas que fica fácil conhecer um monte de gente superficialmente, em contraste com conhecer muito bem poucas pessoas, que era o que podíamos fazer com pequenos círculos sociais antigamente.
Mas eu estou só divagando a essa altura.

O fato é que é tão fácil perder a perspectiva sobre quem são as pessoas que conhecemos por aí que nós acabamos subestimando todo mundo (e, consequentemente, nos superestimando um bocado).
É incrível como nos sentimos especiais e únicos em nos reconhecermos naquele meme triste, ignorando totalmente o número de compartilhamentos elevadíssimo. Ou será que é mais fácil dizer que todas essas outras pessoas não entendem o real significado de estar triste? Só deram uma risada inocente num conteúdo existencial?
No fim, não compartilhamos aquela publicação pois não queremos que nossos amigos conheçam essa faceta da nossa identidade.
Bom, eu estive pretensiosamente fazendo uso da primeira pessoa do plural mas eu não sei o que vocês, leitores, costumam fazer ou pensar da vida. Só sei que eu já me senti assim muitas vezes no passado, e imagino que outras pessoas também. Vocês já se sentiram assim?

Pra ser sincero, esse post inteiro saiu da vontade de twittar sobre pessoas que reclamam que ninguém imagina o vazio existencial dentro delas (sendo que talvez fosse o contrário - ela mesma que não enxergasse o vazio existencial dentro dos outros), mas com receio de ser mal-interpretado por falta de contexto.
Eis que lhes apresento:


Cntexo!!!

Posso estar na pior, mas os recursos visuais nunca decepcionam neste blog.

Enfim, agora que lembrei o que eu queria falar, vamos lá:
"O que é comum na vida de todo mundo?"
A resposta que eu queria discutir é: Nós envelhecemos e amadurecemos.
Depois de desistir do tweet acima, fui dar um passeio no blog ler as grandes merda (sem concordância) que eu costumava escrever. E, cara, se eu fosse me julgar pelas coisas que eu escrevia em 2012, teria desenhado na cabeça uma imagem completamente diferente da minha atual.

O que seria muito fácil para fazermos pois, como seres humanos que só conseguem se deslocar em um sentido na linha temporal, o passado (mais especificamente as coisas ditas no passado) é tudo o que temos para formarmos opiniões sobre as outras pessoas.
É mais fácil achar que a pessoa ainda tem a mesma opinião sobre algo que ela te contou em 2013 do que pedir para ela atualizar esse conceito pra você. Ou mesmo da outra pessoa ficar constantemente atualizando todo mundo sobre cada mudança de opinião que ela tem.

O resultado é a criação de pessoas que acham que conhecem e julgam outras pessoas baseadas em seus passados, céticas às mudanças de opinião dos outros e certas sobre as suas próprias (mudanças de opinião).
Claro que, sem ser imposto o desafio de conviver com alguém cujas opiniões são importantes para evitar conflitos, nós provavelmente nunca teríamos que repensar nossos "preconceitos" (pré no sentido cronológico de passado... entendeu? Entendeu?? O senso de humor também continua em alta nesta humilde pocilga).
Talvez seria mais fácil conviver com os outros se nós fôssemos proativos no conserto desses preconceitos obsoletos mas, na preguiça de ter que me relacionar com seres humanos que não são NPCs, perdoem-me se eu guardar alguns preconceitos de vocês também.

Fica a reflexão

*inserir aqui imagem da Nicki Minaj reflexiva*

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Eu odeio o feminismo

EU ODEIO O FEMINISMO!!!

Mas, calma! É só o nome do meu travesseiro, que é muito duro e fino :/


- Feminismo em toda sua finesse

Bem na verdade, esse texto não tem nada a ver sobre feminismo, tirando o clickbait óbvio (clickbait pra quem nem divulga o próprio blog).
Na verdade, esse texto tem um pouco mais a ver sobre o nome das coisas.

Assim como eu, em toda minha inocência, quis vir aqui e desabafar o quanto acho meu travesseiro desconfortável, aposto que muitas pessoas (meus 3 leitores) ficarão horrorizadas ou chocadas ou enojadas ou todas as anteriores só de ler o título (e a primeira linha em caps).

Mas isso não é porque essas pessoas ficaram horrorizadas/chocadas/enojadas/t.d.a. por se indignarem pelo meu forte sentimento de aversão ao meu travesseiro. "Ele também tem sentimentos, sabia!?", "Ele te ouve chorando as pitanga todo dia e você ainda diz isso pra ele?" entre outros certamente não são os pensamentos que passaram pela cabeça dessas pessoas.
O que eu vim discutir hoje é uma pouco mais sobre o conceito de denominação do que outros problemas.

Claro, o que me deu a motivação pra desenvolver esse assunto (e o shocker no título) foi o feminismo, mas seria legal entrar um pouco mais a fundo nesse assunto.

Como vocês já devem ter pensado por si mesmos, essa brincadeira de mau gosto foi feita com o propósito de iniciar este assunto de uma forma forte e que acho que todos irão entender (menos as pessoas que odeiam o feminismo de verdade??)
Assim como o meu eu-lírico de hoje acha que Feminismo é o nome próprio que deu ao seu travesseiro, cada pessoa acredita que feminismo é uma coisa diferente. Pode ser muito igual ao que outras pessoas acham que é o feminismo, até em níveis fundamentais, mas quem desenvolve esse conceito na cabeça de cada pessoa é ninguém menos do que ela mesma (pasmem!)

Não, eu não estou escrevendo parágrafos inteiros pra falar coisas óbvias como essas, mas, para falar desse assunto, preciso chegar ao nível fundamental de como nós nomeamos as coisas.
Quando nós éramos crianças, a forma que aprendemos os significados das palavras foi apontando pras coisas e associando um nome a elas. Dramatização:
*aponta para uma maçã* "Vermelho. Ver-me-lho."
*aponta para uma orquídia* "Azul Ardósia Claro. A-zul Ar-dó-si-a Cla-ro"
Enfim, por esse processo não ser igual para todo mundo (e por constantemente atualizarmos esses significados pros nomes), o que você imagina imediatamente quando ouve a palavra "batata" pode não ter a mesma forma e cor do que a imagem que outra pessoa teria.

Conforme vamos crescendo, podemos utilizar palavras mais básicas para ir definindo palavras mais complicadas, mas, fundamentalmente, o processo é tão pessoal quanto o de apontar pras coisas e falar as cores.
O problema que isso cria é que, para denominar conceitos mais complicados, é necessário que todas as pessoas tenham o mesmo conhecimento sobre o que significa esta coisa só de ouvir seu nome.
Até um ponto, esse problema é resolvido de cara pela mera existência de um dicionário aceito por todo mundo. Bateu uma dúvida sobre o que siginfica arbitrário? É só puxar seu dicionário mais próximo ou checar um online que não há mais confusão?

Mas o que acontece quando esses conceitos são mais complicados e necessitam de mais texto do que os dicionários podem colocar em uma página?

E o que acontece quando esses conceitos não muito bem definidos mudam todo dia e são discutidos na "boca do povo"?

E é aí que eu chego ao problema proposto de denominação.

Apesar de haver fontes mais populares, tipo a Wikipédia ou pessoas influentes no assunto, esses conceitos mais complicados são aprendidos, interpretados e conceitualizados de forma diferente por cada pessoa e uma vez que essas pessoas discutem o que o conceito é PARA ELAS, o significado vai mudando cada vez mais.

Falando agora do feminismo mesmo (mas lembrando que isso provavelmente se estende para qualquer conceito), parece que, com a conscientização e crescimento do interesse geral sobre o movimento, mais e mais parece que ninguém sabe o que o movimento realmente é.
Claro, pode haver uma concordância história muito grande sobre o que o movimento FOI, mas hoje em dia é inconfiável, ou no mínimo duvidoso, qualquer informação sendo divulgada pelas redes sociais.
Por que, você pergunta? Bom, antes de parar de ler um texto com aquele "Ahá! Sabia que você era um porco machista desde o começo", leia a próxima seção, por favor.

Com o crescimento do movimento nas redes sociais, qualquer pessoa pode acabar espalhando sua opinião para um grande público. Qualquer pessoa pode, sob o pretexto de ter estudado o movimento ou de ter vivenciado certas experiências, se tornar uma fonte que parece bem convincente para a maioria das pessoas que lerem.
Se houvesse apenas uma fonte, apenas uma definição sendo espalhada e todos concordassem unanimemente sobre o que é o feminismo, não haveria problema nenhum.
O problema é que surgiram várias "vertentes" do feminismo, pois as pessoas que concordavam com uma coisa ou outra passaram a aumentar a influência de tal vertente e a montar grandes grupos de pessoas que cada vez mais concordavam com tudo. Uma panelinha, se você me permitir chamar assim.
E assim surgem várias panelinhas, várias páginas e grupos no Facebook, várias pessoas famosas no Twitter, e cada uma dessas panelinhas diz ser tão Feminismo quanto qualquer outra. Só que acaba que elas são diferentes a níveis fundamentais, e às vezes tão diferentes a ponto de ser ridículo mas, mesmo assim, todas as panelinhas usam o pretexto e a fama do nome "Feminismo" para validar suas ideias e opiniões.

E eu falo muito sério quanto a isso. É muito fácil procurar a opinião das pessoas nas redes sociais e ver centenas delas, todas defensoras do feminismo, discutindo fervorosamente entre si. E a não ser que você não se interesse e nunca tenha pesquisado sobre o assunto, você SABE do que eu estou falando.
Há as feministas que acreditam que homens e mulheres deveriam ser iguais. Há as feministas que acham que homens nem deveriam ter o direito de defender o feminismo. Há feministas que dizem que discordam do feminismo e que defendem um movimento com outro nome. E, como você já deve ter previsto que eu ia dizer isto, também há feministas que acreditam que as mulheres são superiores, as infames feminazis.
Todas essas pessoas confundem o nome feminismo, mas elas provavelmente nunca vão discutir entre si pois, se uma pessoa "equalitarista" vai em uma página "feminazi" para refutar ideias que não concorda, ela será ridicularizada, pois entrou em um grupo fechado de centenas ou milhares de pessoas que têm (quase) a mesma definição de feminismo. O mesmo valeria se fosse o contrário ou qualquer outra combinação de "facções".

Pode ser que isso fosse resolvido se todas essas pessoas fizessem uma pesquisa breve. Talvez então haveria uma definição concreta e unificada do nome Feminismo, mas, infelizmente, as pessoas são preguiçosas. Contanto que elas consigam ter aprovação do círculo social em que vivem, a maioria dessas pessoas nunca vai se incomodar em pensar sobre essas coisas, e vai, então, tachar as pessoas com quem têm conflitos de ideias de não feminista, ou até machista. ou até... blé, isso:

- Nota: Tirado direto de uma página feminista que faz chacota de feministas

Enfim, se eu consegui prender sua atenção até aqui, gostaria de fechar o texto bem. Não com um fechamento super intelectual ou julgador, mas sim com um pouco de tolerância.
Quando você ver alguém falando algo "errado" sobre um conceito (lembrando: não só sobre feminismo), antes de exercer a intolerância e fazer chacota, pense se o que a pessoa está querendo dizer não é a mesma coisa que você pensa, mas com uma confusão de nomes (ex.: #naoprecisodefeminismo). Quem sabe até com uma pequena discussão, ambas as partes não saem mais esclarecidas?

Por enquanto é só, mas gostaria de saber sua opinião sobre isso também, que tal deixar um comentário ali embaixo? ;)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Sobre conhecimento... Ou a falta dele, sei lá

Opa, quanto tempo!
Não sei se tem alguém que ainda gosta de ler o que eu escrevo, ainda mais sendo que eu nem divulgo mais esse cantinho escuro (mentira, porque faz tempo que eu mudei pra um layout claro (pra você mesmo que veio me pedir no ask.fm!))
Enfim, o que eu escrevo aqui geralmente são opiniões compridas demais ou coisas controversas demais que eu não quero publicar em redes sociais, mas ultimamente o que eu venho escrevendo no blog tem sido controverso demais até para eu querer apertar o botão de publicar haha!

Bom, desculpas à parte, vamos ao que interessa, até porque já faz um tempo que eu to sem escrever e já to ficando até animado com isso.

Sobre conhecimento. Na verdade, é meio que sobre a ausência deste. Bom, vamos ver no que dá.

Esse é um pensamento recorrente na minha cabeça nesses últimos anos, que veio ficando maduro desde então e acho que só atingiu agora aquele ponto eufórico em que eu posso dizer "eureka!"
Se trata sobre o desconhecido, sobre a gama de coisas do qual eu não sei nada a respeito.
Por um lado, eu sempre gostei de aprender várias coisas sobre tudo, e sempre achei que era capaz de entender tudo se eu desse atenção e consideração suficientes. Afinal, se tudo fazia sentido na minha cabeça, então com certeza deveria ser verdade, certo?
Bom, da pior maneira, a vida foi me mostrando que não. De pouquinho em pouquinho, mas sempre, eu tive que ir jogando fora coisas que eu dava por certas, para abrir espaço para novas certezas, novas opiniões e, principalmente, novas incertezas.
Foi aí que eu comecei a me tocar de verdade que existiam coisas que eu não sabia.

Mas, e aí, como é que eu vou saber sobre coisas que eu não sei? Pra começar, como é que eu vou saber que existe algo que eu não sei?
É muito fácil falar sobre o que nós sabemos ou já ouvimos falar, mas é literalmente impossível falar sobre coisas que não sabemos. Ninguém falava sobre o bóson de higgs até alguém teorizar e dar um nome pra ele, assim como nós não falamos de coisas que não sabemos até descobrirmos que ela existe.
Pode parecer pouco, mas isso introduz um problema muito, muito grande:

Nós não sabemos o quão ignorante somos até que seja tarde demais.

O que eu quero deixar claro entre nós é a ideia que não é possível medir a nossa ignorância, ou, em outras palavras, a quantidade de coisas que não sabemos.
Claro que foi fácil chegar à essa conclusão acima uns anos atrás, pois ela fazia perfeito sentido na minha cabeça, certo?... Certo?

... E então se fecha o loop e novamente não é mais possível saber se é possível saber o quanto não se sabe.
Confuso? Bem, deixe-me tentar me explicar:

Esse assunto vem passando na calçada da frente da casa da minha cabeça nos últimos anos meio inconscientemente, mas só veio tocar a campainha quando eu estava pronto pra ter uma perspectiva nova.
Então, pra contextualizar, pela primeira vez na minha vida resolvi deixar de ser amador e me especializar em alguma coisa, que foi a dança. Nisso eu passei um ano inteiro dedicado a estudar uma coisa só, e posso dizer que ainda estou longe de dominá-la, porém abriu uma gama de conhecimentos enorme para mim, coisa que há um ano eu não fazia ideia que era possível!

Antes eu me sentia plenamente capaz com os conhecimentos que eu tinha, que vinham dos estudos na universidade ou dos vários hobbies que eu tentei cultivar. Mas, mesmo assim, só de pensar que havia tanta coisa que eu ainda não fazia ideia que existia, minha cabeça deu algumas voltas só de imaginar:
"Se isso foi só sobre um assunto, quantas coisas será que eu não sei???"

Ou seja, tudo que eu entendo do mundo eu aprendi ao longo de algumas trilhas pelas quais passei na minha vida. Só de pensar em todas as outras trilhas, todos os outros cursos técnicos e superiores,  todos os outros hobbies e todas as outras coisas sobre as quais eu nunca parei pra pensar, só assim eu consegui ter uma perspectiva um pouco maior sobre o quanto eu não sabia.

Bom, se o texto não estiver fazendo efeito ou se você só deu scroll pra ver como o post acaba, tá aqui um TL;DR.
É fácil saber o quanto sabemos. É fácil saber que existem coisas que não sabemos.
Mas é impossível saber quais e quantas coisas não sabemos.
Isso tem até estudos e um nome próprio: Efeito de Dunning-Kruger.
Fica aí a recomendação de um vídeo que eu acho bem interessante e, apesar de tê-lo visto em julho do ano passado, só fui entendê-lo de verdade agora.
VSauce - What is The Speed of Dark? (em inglês, marca em 8:49)

Bom... Conclusão?
Acho que seria "Nunca subestime o conhecimento das outras pessoas. Elas podem até não entender algumas coisas que você entende, mas nada garante que o mesmo não acontece para o seu lado."
É só questão de conseguir se comunicar e trocar novos conhecimentos, só não me pergunte como -q

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Nihon Chronicles part 2 of ?

Bom, to aqui na calada de madrugada, como de costume, pensando sobre várias coisas ao mesmo tempo e bateu aquela saudade de escrever um pouco (que, confesso, faz a atividade de pensar em várias coisas bem mais focada e menos extenuante).
Diabos, bateu saudade de ao menos articular decentemente a minha língua natal ao invés de ficar balbuciando que nem um analfabeto o dia todo... Se bem que, dando-me o devido crédito, acho que já consigo formar conversas decentes com uma criança de 5 anos.

Enfim, senhoras e senhores, segurem suas respirações porque... Tá na hora de eu soprar esse e-pó todo que juntou nessa e-stante... sabe, nesse e-domínio...
É, deixa pra lá, melhor começar de novo.

E aí, gente!
Se vocês queriam saber se eu estou vivo, vim aqui dizer que não só estou vivo como só fui preso uma vez!!! (até agora)

Bom, como tema pra essa segunda (e, se contar o intervalo de tempo médio entre meus posts, a última) parte sobre o Japão, resolvi falar sobre as relações sociais aqui ao invés de ficar falando sobre minha rotina e vida pessoal, como havia falado que faria (nope, não vai ser dessa vez, querido diário).

Indo direto para o que interessa, conforme eu fui melhorando meu japonês, também fui fazendo mais amizades e/ou amizades mais íntimas, que me levou a uma percepção um pouco diferente sobre a sociedade como um todo.
Pelo que eu li pela internet, eu sou um entre milhares de pessoas que passam por essa mesma fase ao se mudarem para o Japão, mas, da mesma forma como esses artigos não me convenciam antes, não acredito que eu vá convencer ninguém assim, de segunda mão.
Mas eu estou só desviando o assunto, vamos aos fatos:

No Japão, você tem basicamente 4 tipos de relações sociais: familiar, amigos do mesmo sexo, amigos do mesmo clube/laboratório/emprego/classe e veteranos/calouros. Sim, são relacionamentos completamente diferentes e é muito raro que eles se misturem. E sim, amigos do sexo oposto são raríssimos.
Não posso dizer muito sobre os relacionamentos com a família por experiência própria, mas sobre o resto acho que já vi/perguntei o suficiente pra ter alguma opinião.
Pulando toda a enrolação e categorização, o seu japonês regular de todo dia tem seus amigos de mesmo sexo de qualquer lugar, seus amigos que entraram juntos no mesmo clube/trabalho/etc. (que compõe um círculo social completo e fechado) e as pessoas que entram antes ou depois nesse mesmo clube/etc.

O primeiro se refere à coisa mais próxima que temos da amizade como a conhecemos no Brasil, porém há uma clara barreira em amizades entre pessoas de sexos diferentes. Num país onde até abraçar alguém em público é um ato meio que desdenhado, as turmas de meninos e de meninas se fecham desde cedo, e ninguém quer ser o primeiro a "atravessar a rua".
O segundo se refere a um tipo de amigo com quem só se compartilha coisas sobre o clube-e-cia em comum. Todo esse círculo social fechado compõe uma grande "entidade", onde todos participam, todos cuidam, mas ninguém se sobressai como um amigo íntimo na frente dos outros. Por mais que sejam bons amigos, o que mais se aproxima disso é o nosso conceito de "colega".
Por último, temos o conceito de amizade menos amigável, o de veteranos/calouros. Enquanto os veteranos têm a obrigação de ensinar e educar os calouros sobre como as coisas funcionam, sejam aulas num clube ou pesquisas num laboratório, os calouros têm a obrigação de demonstrar um respeito inabalável e gratidão pelo favor. Bom, de certa forma, até parece um conceito bom e não tenha dúvidas que isso faz qualquer círculo social ser estável e retrossustentável. Mas o problema é que, por alguma razão que ninguém sabe explicar (vulgo pressão do senso-comum), ninguém nunca deixa esses tratamentos de lado, pois ninguém quer ser um calouro insolente ou veterano indiferente, e isso é a principal barreira que impede pessoas de gerações diferentes de serem amigas.

Para concluir, a sociedade japonesa parece um grande baile de máscaras, muito mais dos que já estamos acostumados a ver na cultura ocidental, onde tudo parece perfeito, mas na verdade verdadeiros amigos são algo tão raro quanto achar leite condensado aqui no Japão. Mas isso também não quer dizer que essas barreiras e inibições não podem ser quebradas, só significa que nenhum japonês bem educado vá tomar qualquer iniciativa para quebrá-las :)

Por fim, tem muito mais coisas que eu gostaria de explorar, tanto consequências do que foi tratado no texto agora quanto outras coisas a mais, mas por enquanto o texto já ficou pesado e eu realmente deveria dormir, por tanto...

じゃ!また今度ねー

PS: Como ainda está faltando no texto, ataque fanboy da vez: http://kotaku.com/you-can-drink-liquid-cookies-in-japan-1665588974